8/26/2021

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Covid-19 é uma doença infecciosa causada pelo novo Coronavírus. Muito se ouviu falar sobre o sistema imunológico, baixa imunidade, fortalecimento do sistema e como esse fortalecimento poderia favorecer o paciente em casos de Covid, uma vez que essa doença deixa o sistema imunológico enfraquecido e debilitado, fazendo com que ele encontre problemas para defender o organismo e combater o vírus. Mas, afinal, quais os alimentos mais indicados e a melhor forma de prevenção? Quem explica é a nutricionista e ex-aluna do UGB-FERP Kyvia Sucena.

         “O consumo de alimento in natura e minimamente processado, de acordo com as orientações do Guia Alimentar para População Brasileira, do Ministério da Saúde, frutas, verduras e legumes são essenciais para o bom funcionamento do corpo humano. Alimentos que combatem o estresse oxidativo e diminuem os processos inflamatórios são importantes e devem ser consumidos diariamente”, afirma.

         De acordo com Kyvia, os alimentos ricos em ácido fólico (B9) devem ser consumidos nas principais refeições, uma vez que os glóbulos brancos (células de defesa) são formados com o seu auxílio. “Podemos encontrar em vegetais de cor escura, como espinafre, rúcula e brócolis, feijão, soja, amendoim torrado, fígado de boi, beterraba crua, milho cozido, nozes e outros. Alimentos ricos em vitamina C (ácido ascórbico) também são de suma importância para o fortalecimento do sistema imunológico, pois protegem as células do organismo contra o estresse oxidativo causado por infecções. Sua deficiência provoca a queda da imunidade e maior possibilidades de contrair doenças. São encontrados facilmente em alimentos de coloração amarela e laranja, como cenoura, acerola, pimentão, ameixa, laranja, morango, abóbora, limão, goiaba e caju”, explica.

         O inhame é um tubérculo considerado um superalimento, pois é rico em vitamina C e as vitaminas do complexo B, além de cálcio e ferro, devendo ser adotado na dieta para fortalecimento do organismo contra a Covid-19, assim como o alho, tempero nacional, de fácil acesso, que melhora significativamente o sistema imune.

         “Outros dois micronutrientes que valem a pena ser incluídos na alimentação, não só em tempos de pandemia, são o zinco e o selênio. O zinco é encontrado em carnes, frutos do mar, fígado e vísceras, peixes, ovos e cereais integrais. O selênio é outro mineral com alto poder antioxidante, pois controla os radicais livres, reduzem os processos inflamatórios e é encontrado com grande teor na castanha-do-pará. Não menos importante, a vitamina A deve ser adicionada à alimentação na forma de consumo de alimentos verde escuro e verduras e frutas amarelo-alaranjada. É conhecida como vitamina anti-infecciosa e muito da defesa do corpo depende do consumo de alimentos que a contenham”, salienta.

 

CUIDADOS

 

         Alguns alimentos, no entanto, devem ser evitados, não só em tempos de pandemia, mas durante toda a vida, por interferir negativamente no bom funcionamento do organismo e no sistema de defesa do corpo, são eles: alimentos industrializados e ultraprocessados, com excessos de açúcares, sais, gorduras, conservantes, aromatizantes, espessantes e estabilizantes, como caldos (knorr, sazon, fondor, grill e afins), leites saborizados e sucos de caixinha, suco em pó, doces enlatados, macarrão instantâneo, embutidos e outros, pobres em nutrientes essenciais para saúde; alimentos ricos em gorduras saturadas, presente por exemplo, nos queijos amarelos, nas carnes gordas e manteiga; alimentos ricos em gorduras trans, presente em margarinas, nuggets, biscoito recheado, alimentos congelados e industrializados. Todos esses alimentos interferem na resposta imunológica e reduzem a produção de glóbulos brancos.

         “Em hipótese alguma deve-se consumir os alimentos sem a devida higienização, embora o vírus não seja transmitido pelos alimentos, é resistente ao tempo e superfícies, podendo ser transmitido através da contaminação das embalagens”, alerta a nutricionista.

         Para Kyvia, o profissional de nutrição é o mais aconselhado a se procurar para elaborar uma dieta que seja eficaz para cada caso, tanto hoje, nesse momento pandêmico, quanto a posteriore. “Todas essas informações indicam que uma alimentação balanceada e saudável contribui e, muito, para uma maior resistência do organismo contra patógenos, sejam elas do Covid-19 ou qualquer outra enfermidade. Deve ser adotada essa alimentação não como remédio, mas como estilo de vida que previne doenças. Na questão do vírus, deve-se adotar além dessas dicas, todos os protocolos determinados pela OMS”, ensina.